Como é a psicanálise representada por Sigmund Freud?

Imagem da caricatura de Freud
Todas as experiências que passamos diariamente são dotadas de um importante investimento pulsional, afetam e são afetadas pelo autoconceito e por todos os aprendizados éticos e morais que introduzem durante a vida.

De alguma maneira, todos nós já tivemos contato com a parte prática dos conceitos dos Mecanismos de Defesa do EGO, propostos pela Psicanálise.

Antes de falarmos sobre isso, é importante lembrar de como se processa a dinâmica da nossa psique segundo Freud, considerado o pai da psicanálise.

Nossa formação psíquica divide-se em ID, Ego e Superego.

O ID é a instância inconsciente e detentora de todas as pulsões mais instintivas da nossa mente.

O Ego é a instância consciente, com ressonâncias do inconsciente, influenciada pelos aspectos morais introjetados e aprendidos durante toda a vida através da última instância psíquica, o Superego.

Todas as experiências que passamos diariamente são dotadas de um importante investimento pulsional, afetam e são afetadas pelo autoconceito e por todos os aprendizados éticos e morais que introduzem durante a vida.

Equilibrar tudo isso é sempre uma tarefa difícil para o Ego, principalmente se levarmos em consideração o que Freud diz, que toda a nossa vida é fortemente influenciada, quando não, dirigida por aspectos marcantes recalcados em nosso inconsciente.

O recalcamento representa também um conceito importante e é uma espécie de mecanismo de defesa do Ego.

E isso tudo acontece porque o objetivo primordial da nossa mente consciente é manter o indivíduo em equilíbrio, preservando-o em sua zona de conforto, ainda que não seja tão confortável, e para isso devemos afastar algumas ideias que ameaçam esse equilíbrio.

Mecanismos de defesa do ego segundo Freud e a ameaça ao equilíbrio

Ilustração uma imagem com a palavra ego

Algumas ideias são empurradas para o inconsciente a fim de que a pessoa consiga lidar com elas de alguma forma.

E é por isso, principalmente em momentos de evolução da terapia, que se evidenciam os mecanismos de defesa.

Freud e sua filha Ana acreditavam que os principais mecanismos de defesa atuam de formas conjuntas e não fixas, variando de acordo com a personalidade de cada indivíduo.

O sujeito ainda seleciona as justificativas a fim de tentar evitar que o conflito entre atitude reprovável e os julgamentos do Superego se estabeleçam.

Às vezes pode parecer que o indivíduo não quer enxergar a realidade, mecanismo que chamamos de “surdez emocional” e é muito comum no cotidiano das pessoas de modo geral.

Temos também as formações reativas, que são representadas por atitudes diametralmente opostas ao que se pretende recalcar ou a regressão, que ocorre quando percebendo-se diante de uma frustração marcante, a pessoa retorna a uma fase que pensava já ter superado na tentativa de fugir do sentimento. Geralmente é nessa fase que ele encontra o prazer.

Projeção e mecanismos de defesa do ego

Retrato de uma garota africana descontente em roupas casuais rosa segura o sarcasmo da placa de sacarmos

Ocorre quando um indivíduo atribui a outra pessoa características positivas ou negativas que lhe são próprias.

Esse processo é bastante conhecido e ele ocorre em nível inconsciente. Pode ser representado por atitudes infantis em uma pessoa já adulta.

A introjeção que é uma espécie de contraponto da projeção também se define por uma espécie de apropriação inconsciente de características de objetos e seres externos ao ego.

Por um lado, é até necessária durante os primeiros anos de desenvolvimento, mas por outro, quando o indivíduo é adulto, deve ser analisada com cautela.

Já a superação de conflitos ocorre através de um mecanismo de elaboração, que é representado pela ressignificação de uma determinada vivência.

Por fim temos a renúncia altruística, a reparação, a simbolização e a sublimação.

A renúncia altruística recebe esse nome porque ao executá-la a pessoa renuncia seus desejos narcisistas e por meio da projeção e da identificação, ele pratica atitudes “bem-vistas” socialmente fortalecendo vínculos de convivência.

A reparação organiza-se em torno de um sentimento de gratidão e a simbolização realiza-se através da substituição de cargas emocionais e afetivas, revelando sempre, conteúdos inconscientes. Isso ocorre muito nos sonhos.

É difícil conceituar a sublimação, por conta da sua definição transformadora de pulsão, necessidade e de um não recalcamento. Então podemos dizer que é uma espécie de substituição de impulsos originalmente sexuais por atividades de teor elevado.

Conhecer esses mecanismos constitui uma ação importante para as pessoas que desejam saber mais sobre si mesmas, e assim, através do auxílio da terapia e de uma auto-observação, elas são capazes de viver experiências afetivas muito mais saudáveis.

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Psicanalista Licenciada em Ciências da Religião, pelo Centro Universitário Internacional Uninter.
Possui também formação psicoterapêutica em Tarô Iniciático, Cristaloterapia, Ervas e Meditação.
Iniciada como Xamã, em uma tribo Tupi Guarani no litoral de São Paulo, com dois anos de Jornada Iniciática na tribo. Seu nome Tupi Guarani é “Awa Dju” (Mulher Fiel).
Formada há mais de 20 anos em Psicanálise, com especialização nas teorias de C. G. Jung, Donald Winnicott e Jacques Lacan.
Em sua ampla experiência como psicanalista didata e terapeuta, vem atuando nos campos de atendimento individual, familiar, corporativo e social, além do exercício como docente.
Atualmente desenvolve Pesquisas e estudos em Criminologia, luto e Interpretação de Sonhos.

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