Quando procurar a psicologia analítica?

Carl Jung se destacou pela ajuda que ele deu para expandir os horizontes da psicanálise.

Ele criou uma metodologia pessoal de estudo para que alcançasse os resultados que a sua brilhante mente achou possível e fez com que a psicologia analítica evoluísse para o que conhecemos hoje.

Mas o que é a psicologia analítica? Qual sua finalidade e técnicas? Quando devemos procurá-la?

É sobre isso que falaremos no artigo de hoje.

O que é psicologia analítica

A psicologia analítica se trata de um meio de busca terapêutico baseado nos ensinamentos de Carl Gustav Jung, que acreditava no resgate daquilo que seria a essência humana. O trabalho desse método terapêutico é fazer com que a pessoa viva da forma como ela é.

Também conhecido como terapia de orientação junguiana, o trabalho de Jung busca a união da consciência com os aspectos inconscientes, e dessa forma a terapia poderia criar o equilíbrio necessário entre os mundos externos e internos da psique humana.

A psicologia analítica funciona de modo a levar o paciente e terapeuta a unir esforços para chegar a uma solução do problema que o paciente vem enfrentando, então os dois atuam juntos na busca pela real essência do indivíduo.

O paciente fica livre para falar o que bem entender, comentando qualquer situação que ele acredite precisar de análise.

O terapeuta busca entender quais são os símbolos da situação e como isso é representado pelo paciente, e assim o paciente acaba entendendo mais sobre si mesmo e como sua presença interfere no mundo.

Consiste na superação do óbvio essa interpretação de símbolos que é feita pelo terapeuta. O especialista se desprende do olhar mais superficial e tenta entender como tal situação se processa.

Essa compreensão pode ser alcançada por meio de análise de vivências e experiências anteriores, conceitos e preconceitos, crenças, etc.

Características da psicologia analítica

O que chama atenção na psicologia analítica de Jung é que ele se desprendeu dos meios convencionais por conta da sua forma única de olhar a vida, e por isso não é de se estranhar que o método leve as digitais do seu criador, e por isso devemos levar em consideração:

  • Flexibilidade

O trabalho de Jung se desfaz da rigidez presente em outros métodos de terapia, e isso significa seguir os caminhos e movimentos da estrutura psíquica de um paciente, respeitando suas raízes. Assim, podemos dizer que a terapia não é nem um pouco linear.

  • Restauração

A proposta de Jung age de modo espiralado, fazendo um retorno sempre que necessário ao que foi dito. As questões que foram abertas no início da terapia podem ser retomadas em outro momento e serem analisadas conforme necessidade.

  • Simbolismo

O simbolismo é importante no trabalho em consultório, evitando-se focar na individualidade.

Finalidade da psicologia analítica

O trabalho da psicologia analítica contribui para o entendimento das causas de determinados sentimentos, comportamentos e emoções.

Por meio das dinâmicas inconscientes que o terapeuta faz, e que existem em cada uma dessas instâncias, se transforma o relacionamento nosso com o mundo.

A integração dos conteúdos inconscientes ao nosso Eu permite o aprendizado a partir da observação pessoal e das outras pessoas.

Assim, deixamos de lado o ato de julgar para que possamos aceitar o outro sem discriminação.

Assim nós mudamos a forma de agir, que costumávamos ter até então.

Mesmo que não seja possível mudar eventos passados, o simbolismo dessas experiências pode se remodelar e ressignificá-las.

Assim, uma mudança bastante positiva e transformadora em nossa postura pode acontecer.

Técnicas da psicologia analítica

O trabalho da psicologia analítica se destacava por muitas vezes contrapor o que era estabelecido na psicanálise.

Uma vez que era proposto a fazer algo diferente, nada mais justo do que construir a própria narrativa para iniciar o seu trabalho.

Mesmo que sejam simples, algumas das técnicas de trabalho eram eficazes:

  • Desfazer-se do divã: o divã é muito comum da terapia, mas aqui ele não era mais necessário pois acabava desviando a atenção do paciente do terapeuta.
    De acordo com o trabalho de Jung, é necessário o confronto direto e mais pessoal para formar relações em vez de se distrair só olhando o teto, por exemplo. O analista precisa ser mais aberto com as informações que está recebendo.
  • Análise dos sonhos: Jung dizia que os sonhos são produtos psíquicos que carregam uma mensagem do nosso inconsciente, e são essenciais à psique. De acordo com ele, existe propósito ao trazer esses conteúdos para serem elaborados conscientemente por uma visão mais ampla.
  • Camadas inconscientes: quanto mais nos aprofundamos no inconsciente, encontramos duas camadas, sendo a primeira de experiências esquecidas e a segunda de instintos de ser humano. No trabalho de Jung se cria uma ponte com o inconsciente, para que possamos nos tornar pessoas mais desenvolvidas.

O comportamento do terapeuta e a necessidade da psicologia analítica

Quem atua com a psicologia analítica deve ser bastante participativo durante a sessão de terapia, e para que o trabalho seja bem sucedido, o profissional vai ouvir e fazer pontuações para que consiga refletir junto ao paciente.

Segundo Jung, a interatividade das personalidades do analista e paciente é capaz de transformar a terapia, ou seja, a conexão estabelecida de forma genuína é o catalisador primário do bom desenvolvimento do trabalho.

Assim, vemos a importância do relacionamento terapêutico para uma melhor condução da sessão de terapia.

Inclusive, quando uma pessoa recorre ao trabalho da psicologia analítica, é porque o bem-estar dela foi prejudicado de alguma maneira.

Ela procura mudar a sua realidade, desfazendo-se de pensamentos negativos, emoções conflitantes ou estresse, e por isso optar pela terapia é mais produtivo.

O crescimento também acontece quando revisitamos o nosso modo de ser, para que a gente consiga uma ressignificação de vida.

A busca pelo autoconhecimento que se inicia ajuda a pessoa a ter mais tranquilidade em qualquer área de sua vida. Sua personalidade pode ser remodelada ao trabalhar defeitos, bloqueios ou qualidades que queira ter e ao analisar os fatores externos que influenciam o Eu, as crenças limitantes acabam sendo transformadas para que a verdadeira essência do paciente apareça.

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Psicanalista Licenciada em Ciências da Religião, pelo Centro Universitário Internacional Uninter.
Possui também formação psicoterapêutica em Tarô Iniciático, Cristaloterapia, Ervas e Meditação.
Iniciada como Xamã, em uma tribo Tupi Guarani no litoral de São Paulo, com dois anos de Jornada Iniciática na tribo. Seu nome Tupi Guarani é “Awa Dju” (Mulher Fiel).
Formada há mais de 20 anos em Psicanálise, com especialização nas teorias de C. G. Jung, Donald Winnicott e Jacques Lacan.
Em sua ampla experiência como psicanalista didata e terapeuta, vem atuando nos campos de atendimento individual, familiar, corporativo e social, além do exercício como docente.
Atualmente desenvolve Pesquisas e estudos em Criminologia, luto e Interpretação de Sonhos.

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